Em meio a tantas atividades que desenvolvemos no clube, nos dedicando à diferentes frentes de trabalho, muitas vezes não sobra muito tempo para olhar nossos desbravadores de uma forma mais aproximada e sensível.
A verdade é que nossos meninos e meninas estão entrando, ou já estão, em plena adolescência; fase de inúmeras mudanças, que geralmente é acompanhada por dúvidas e incertezas.
Como se fosse de "uma hora para outra", o corpo muda, a voz muda e os pensamentos e olhares mudam também. O Adolescente é tratado de forma diferente. Não é considerado criança, mas também não é um adulto. Daí surge a dúvida: Quem sou eu, afinal? São tantas alterações físicas, cognitivas e emocionais para administrar...
A adolescência é uma fase linda, porém, desafiadora. Se o desbravador ou desbravadora não possui uma rede de apoio consistente e/ou uma base familiar benéfica, corre o risco de estar mais vulnerável para lidar com questões relacionadas à autoestima, autoeficácia, sexualidade, ansiedade, depressão, comportamentos de risco, entre outros.
Vale lembrar que o cérebro do adolescente ainda não está totalmente maduro, estando em seu pleno desenvolvimento. Além disso, os níveis hormonais estão incrivelmente alterados, e com tanta coisa assim mudando, muitas vezes nem mesmo os próprios adolescentes conseguem se entender e se encontrar em meio a esse turbilhão, o que pode afetar diretamente o seu comportamento e bem-estar emocional.
Portanto, caro líder, devemos ser sensíveis e estar atentos e preparados para acolher, entender, manejar, e criar vínculos fortes e saudáveis com nossa garotada - que é a coisa mais preciosa que temos dentro de um clube de desbravadores.
Sendo assim, seguem algumas dicas importantes:
▪️Crie vínculo com seus desbravadores;
▪️Uma vez criados, cultive esses vínculos. Mostre que se importa;
▪️Esteja atento à mudanças bruscas de humor e de comportamento. Elas podem indicar sinais de dificuldades emocionais graves. Chame o adolescente para conversar. Escute. Sendo necessário, contate os responsáveis;
▪️Aprenda a escutar. Apenas parar e escutar, sem interrupções;
▪️Seja cuidadoso. Se não houver necessidade de partilha, mantenha o sigilo das informações passadas pelo desbravador;
▪️Procure ser empático. Coloque-se no lugar de seus adolescentes;
▪️ Evite comparações. Lembre-se, ninguém é igual a ninguém. Os processos são únicos, estando ligados ao contexto histórico, social, cultural e econômico de cada um. Além de suas subjetividades;
▪️Saiba que muitas vezes você será o porto seguro de seu desbravador; ou seja, ele admira e confia demais em você. Valorize isso. Mostre-se disponível e aberto;
▪️Independente do assunto, antes de advertir, busque entender. Antes de julgar, Acolha. Amplie o olhar. Tente compreender o contexto. As causas. Tenha cuidado para não fechar portas que não serão mais abertas;
▪️ Vá somente até aonde seus limites permitirem. Não ultrapasse-os;
▪️Em questões em que haja violações e/ou agravamentos emocionais, deixe o desbravador ciente de que você precisará conversar com seus responsáveis. Pergunte se ele quer que você o faça em sua companhia ou não, e compartilhe o caso tão logo quanto seja possível. Deixe que pessoas indicadas, instruídas e habilitadas manejem. Se resguarde. Tome cuidado para não se omitir e ser considerado conivente em determinadas situações;
▪️Lembre-se, não somos profissionais. Nosso papel é acolher, dar suporte, afeto, instruir, ouvir...mas não é de fazer terapia ou algo do tipo. Casos que demandarem profissionais, deverão ser tratados com profissionais;
▪️Estude sobre adolescência. Sobre sexualidade. Sobre liderança. Busque entender seus adolescentes. Compreender suas questões;
▪️Acolha as dúvidas e busque respondê-las sem julgamentos, mas de forma clara e didática. Caso haja necessidade, peça ajuda para profissionais capacitados;
▪️Esteja sempre pronto para servir! Você será grandemente recompensado por Jesus.
mArAnAtA!
Larissa Santos
Psicóloga
Líder de Desbravadores
Comments